Para muitos, brincar é uma atividade comum da criança que funciona apenas para diversão. Entretanto, o brincar é uma habilidade importante para o desenvolvimento infantil com diversas repercussões cognitivas, sociais e emocionais. Muitas crianças com atrasos no neurodesenvolvimento têm dificuldades no brincar, o que se constitui como um dos alvos da terapia.
Importância de brincar
É brincando que a criança expressa vários conteúdos particulares e desenvolve uma série de habilidades. Aspectos físicos e sensoriais são um destes exemplos, que podem ajudar a desenvolver a percepção, habilidades motoras, força, resistência, entre outros. O emocional é outra área estimulada, visto que a criança expressa suas vivências emocionais na brincadeira, como a agressividade, angústia, medos, e demais emoções.
Na parte de cognição e comunicação os ganhos com a brincadeira são notórios, pois exigem que a criança planeje, formule estratégias, lide com erros e acertos, amplie seu vocabulário e exercite a pronúncia das palavras e frases. No social, permite que as crianças aprendam regras sociais, respeitem o outro, resolvam problemas interpessoais etc.
Por que meu filho brinca na terapia?
Na terapia infantil, o brincar é utilizado porque oferece oportunidade para que habilidades diversas sejam refinadas e modeladas. Brincar também se constitui como recurso terapêutico porque muitas vezes a criança não tem habilidades de conversação completamente desenvolvidas, além de dificuldades de nomeação de sentimentos, medo que estes sejam desaprovados pelo terapeuta ou expostos para seus responsáveis, entre outros. Vemos então, que o contexto da brincadeira cria para a criança um ambiente onde ela poderá se expressar e treinar habilidades necessárias de forma leve e prazerosa, o que aumenta a probabilidade de engajamento da criança no tratamento.
Assim, o terapeuta tem o importante papel de mediar a brincadeira pensando nos objetivos comportamentais, motores, emocionais e sociais da criança, refinando esses comportamentos através de suas técnicas até que sejam emitidos de forma socialmente adequada e independente. Desse modo, os jogos quando ocorrem em situações sem pressão ou perigo e oferecem um ambiente de segurança emocional para a criança, proporcionam condições para aprendizagem e experimentação de comportamento que, em situações normais, dificilmente seriam tentados pelo medo do erro ou punição.
O brincar em crianças com desenvolvimento atípico
Crianças com desenvolvimento atípico, como o autismo, podem ter dificuldades de brincar. A rigidez, dificuldades de comunicação, comportamentos disruptivos e questões sensoriais podem ser aspectos que interferem nessa habilidade, precisando ser simultaneamente trabalhados. Entretanto, através de atendimento especializado com uma equipe multidisciplinar é possível que esta e outras habilidades sejam desenvolvidas, propiciando ganhos em todas as áreas para a criança.
Como funciona o atendimento na Multiglia
O primeiro passo para o início do atendimento na MultiGlia é uma consulta de triagem com o paciente e seus responsáveis. “É preciso conhecer as necessidades do paciente e por isso fazemos uma avaliação com uma equipe multidisciplinar e elaboramos um plano de intervenção personalizado para o paciente”, explica a responsável técnica da clínica, Simone Baihense.
RESUMO
Brincar é uma habilidade essencial para o desenvolvimento infantil, estimulando áreas como o cognitivo, o social e o emocional. Quando prejudicada, essa habilidade poderá ser alvo de intervenção especializada.
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Por Maressa Pessanha Salles – Estagiária de Psicologia
Referências
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De Rose, J. C. C. & GIL, M. S. C. A. (2003). Para uma análise do brincar e de sua função educacional. Em: Brandão, M. Z. S. (org.). Sobre comportamento e cognição: a história e os avanços, a seleção por consequências em ação. Vol. 11. Santo André: ESETec, p. 373-382.